De acordo com informações do “Fantástico”, a família da cantora recebeu os laudos dos médicos, mas preferiu não divulgar. A hipótese que estava no topo da lista dos profissionais, segundo o jornal “O Globo”, é a do abuso de chás e remédios para emagrecimento, o marido da cantora contou em entrevista ao dominical que ela fazia uso frequente desse tipo de medicamento.
O iBahia conversou com médicos nefrologistas, especializados no diagnóstico e tratamento de doenças do sistema urinário e relacionadas aos rins, sobre os riscos da utilização de substâncias para a perda de peso.
“Uma das principais funções dos rins é filtrar o sangue, eliminando substâncias em excesso ou que possam ser tóxicas para o organismo. Quando os rins perdem função, a filtração do sangue se torna menos efetiva, resultando no acúmulo de toxinas. Essas toxinas podem causar lesões em diversos órgãos, gerando consequências que irão variar de acordo com a gravidade da doença renal”, explica a Dra. Ana Flávia Moura, diretora Científica da SBN Bahia.
Ainda segundo a profissional, fórmulas e chás para emagrecimento podem afetar seriamente os órgãos e são vendidas sem existir uma fiscalização tão forte quanto a de outros tipos de medicações.
“Algumas dessas substâncias, comumente encontradas em fórmulas para emagrecimento, são tóxicas para os rins. Além disso, essas fórmulas e chás costumam utilizar a combinação de substâncias que podem interagir entre si, potencializando sua ação, inclusive seus efeitos tóxicos. Outro risco é o fato de que tais formulações não são submetidas ao mesmo nível de fiscalização que as medicações regulamentadas, e, portanto, não conhecemos todos os efeitos que elas podem causar”, conta.
Cuidados e prevenção
Sobre os cuidados necessários para a prevenção de problemas renais, a Dra. Ana Flávia Moura explica: “A melhor forma de prevenir lesões renais é adotando um estilo de vida saudável, evitando os principais fatores de risco para a doença renal crônica, que são a hipertensão e o diabetes. Além disso, evitar a exposição a substâncias tóxicas para os rins também é fundamental".
"Sendo assim, é recomendado a prática de atividade física moderada, dieta equilibrada, consumo adequado de líquidos ao longo do dia e uso de medicamentos apenas quando prescrito por um médico. Evitar fórmulas com substâncias naturais e que o paciente não conheça os efeitos colaterais associados é sempre prudente. Uma substância ser considerada ‘natural’ não significa que ela seja inofensiva”, completa.
Doença silenciosa
Apesar de ser uma doença silenciosa e se manifestar em estágios mais avançados, é possível reverter a situação ao procurar ajuda médica o mais cedo possível. Esse é alerta que o médico nefrologista e presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia Regional Bahia, José A. Moura Neto deixa.
“Existem alguns sinais e sintomas de diminuição da função renal, especialmente nas fases mais avançadas da doença. Redução da frequência e volume urinário, alteração do aspecto da urina, aumento da pressão arterial, inchaço, náuseas e vômitos, diminuição do apetite, perda de peso, indisposição, sonolência, são alguns sintomas. Mas a insuficiência renal pode ser silenciosa nos estágios iniciais”, alerta.
Tratamento
O profissional também explica qual seria o tratamento necessário em um caso do tipo.
“O tratamento da doença renal crônica depende do estágio em que é diagnosticada. Em estágio avançado da doença renal crônica, quando há falência renal, há necessidade de diálise ou transplante renal. Em estágios iniciais, o controle de fatores de risco é a base do tratamento: controlar a hipertensão arterial, controle da diabetes, cessação do tabagismo, evitar drogas tóxicas aos rins, controle de peso etc. Se a causa da doença renal for uma doença glomerular autoimune pode ser necessário o uso de drogas imunossupressoras”, explica.
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